Eu sei qe sim, mas e o presente, como passo o meu presente? Nesta esperança angustiante de poder ver os teus olhos fixados nos meus, custando ver-te longe mas também perto de mim e não te tocar...
O amor enfraqueceu-me, trazendo-me para este abismo pelo qual ainda não cheguei ao fundo, mas vou caindo... e caindo... esperando que algo me agarre para a superfície da felicidade novamente.
Há uma atmosfera banhada em cinza, nublado. A chuva fina lá fora, rouba qualquer pensamento.As folhas mortas e húmidas, seus farfalhar já não são músicas. Estremeço.
É frio.
Atiras-te-me de olhos vendados, a este abismo profundo, escuro e frio.
Terei de ser eu a agarrar-me a pedra rugosa e fria e segurar-me ali, subindo, a todo o custo, depois de muita lágrima, muitos gritos, de muito fracassar e da chuva me cair sobre a pele...
Conforme subo, vejo meus sentimentos a caírem pelo abismo e a chegarem lá bem no fundo da escuridão. conforme subo, vou fortalecendo, custando cada vez menos...
Se chegarei a superfície? Se serei feliz? Serei... Mas ainda me encontro a subir no abismo, mas lá bem no fundo...
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